O processo de ensino-aprendizagem é moldado e influenciado por diversos fatores. Geralmente, a metodologia, a abordagem e as tecnologias utilizadas dentro e fora de sala de aula são as mais mencionadas por pais, professores e alunos.
Entretanto, há um aspecto humano, para além de toda inovação curricular e tecnológica, que é capaz de influenciar todos esses agentes e determinar em última instância sua forma de encarar o aprendizado.
Esse fator é a autoestima.
Além de ser um fator crucial para a atuação dos educadores, ela também é uma determinante direta, negativa ou positiva, da capacidade de aprendizado das crianças, adolescentes e adultos – e seus impactos podem ser percebidos desde muito cedo.
Nesse post, compartilhamos o que é a autoestima, quais suas características e como ela impacta o aprendizado. Confira!
O que você vai ver nesse post:
1. O que é autoestima
2. O papel da autoestima na aprendizagem
3. Como estimular a autoestima dentro e fora de sala de aula
4. O professor e a autoestima do aluno
5. Os pais e a autoestima do aluno
6. Conclusão
O que é autoestima
A autoestima é um sentimento gerado pela avaliação que uma pessoa faz de si mesma e que engloba tanto quem ela é quanto quem gostaria de ser – ou seja, do autoconceito que tem sobre si.
Esse conceito, mais do que apenas revelar o que ela pensa sobre si mesma, também mostra o que ela acredita ser capaz de fazer – e, por isso, influencia diretamente sua capacidade de realização e aprendizado.
Em outras palavras: pessoas que têm sua autoestima bem estruturada não apenas têm uma visão positiva de si mesmas, mas também gostam de si mesmas, confiam nas suas habilidades, são mais otimistas e têm coragem de serem ousadas e criativas.
Essa forma de se ver – e, consequentemente, de ver o mundo – impactam diretamente sua relação com as demais pessoas e com seus desafios. Por esse motivo, pessoas com baixa autoestima ou alta autoestima possuem as seguintes características.
Características de pessoas com baixa autoestima
Elas não acreditam ser capazes de aprender
Elas não demonstram curiosidade ou ousadia para tentar coisas novas
Não têm autoconfiança o suficiente para expressar suas opiniões
Têm dificuldades em aceitar críticas e assumir os próprios erros
Acreditam que seu valor está relacionado ao que têm e ao que fazem, não a quem são
Elas se desculpam frequentemente
Elas frequentemente aceitam o que lhes é imposto sem questionamentos
Se depreciam ou fazem afirmações como “eu não consigo”
Características de pessoas com alta autoestima
Não têm medo de fazer perguntas e pedir ajuda
Têm curiosidade e desejo de saber
Se posicionam com mais frequência e são mais confiantes nas suas opiniões
Acreditam que podem realizar seus sonhos e objetivos
Reconhecem seus erros e aceitam críticas como parte do aprendizado
Se relacionam bem com as demais
São mais persistentes frente aos desafios
O papel da autoestima na aprendizagem
Se a autoestima está diretamente relacionada com a crença na própria capacidade de aprendizado e realização, é possível imaginar o impacto que ela tem no dia a dia dos alunos em sala de aula.
A autoestima e a capacidade de aprender estão fortemente relacionadas, e a primeira é considerada um estímulo para a segunda. Isso porque a confiança na própria capacidade, a curiosidade, a capacidade de aprender com os próprios erros e o desejo de ousar são atitudes essenciais para o aprendizado – e estão mais presentes nos alunos que possuem autoconceitos positivos de si mesmos.
De maneira geral, os alunos de autoestima elevada têm mais facilidade e disposição em aprender, especialmente por se sentirem valorizados. Ao contrário, a desmotivação aparece com mais frequência em alunos de baixa autoestima, especialmente quando ela se reflete no desempenho escolar e nos feedbacks de pais e professores.
Por esse motivo, adotar práticas e hábitos que ajudem os alunos a se verem de forma mais positiva e autoconfiante é mais que necessário para estimular o aprendizado, a fim de obter resultados positivos para famílias, escolas e comunidades.
E isso pode ser feito dentro e fora de sala de aula.
Como estimular a autoestima dentro e fora de sala de aula
O desenvolvimento cognitivo acontece em paralelo ao desenvolvimento emocional – que surge em um primeiro momento dentro de casa e depois passa a ser exercitado também dentro da escola.
Por essa razão, tanto o ambiente familiar quanto o escolar são fatores importantes no desenvolvimento da autoestima dos alunos. Dessa forma, ela pode ser construída de várias maneiras, estimulada tanto por educadores quanto pelas famílias.
O professor e a autoestima do aluno
Em sala de aula, mostram-se eficazes as práticas pedagógicas que visam tanto o conteúdo a ser trabalhado como a conexão professor-aluno e aluno-colegas. A criação de uma atmosfera segura para os alunos serem curiosos, fazerem perguntas e serem atendidos é parte fundamental desse processo.
Nesse sentido, os maiores benefícios dessa forma de encarar o aprendizado é que o aluno, além de mais conectado com o professor e com os colegas, participa mais ativamente das aulas – o que se reflete não só nas suas notas, mas no seu comportamento perante a escola como um todo.
Os pais e a autoestima do aluno
Como grande parte do desenvolvimento emocional das crianças começa dentro de casa, é fundamental que haja uma relação bem construída entre alunos e seus pais ou responsáveis. O interesse na sua vida escolar, o incentivo à sua capacidade de aprender e o espaço para que o aluno aprenda a lidar com seus conflitos e dúvidas são elementos essenciais para esse amadurecimento.
Com o apoio da família, os alunos podem levar a confiança que sentem em si mesmos para dentro da escola – e se beneficiar da autoestima durante seu aprendizado e na relação com os demais. Apesar de poderem também encontrar percalços no caminho, sua dimensão emocional bem construída fornece a resiliência necessária para continuar aprendendo.
Conclusão
Muito além de ditar a forma como nos relacionamos com os outros, a nossa autoestima nos diz também o que somos capaz de aprender e realizar. Por esse motivo, o aprendizado depende tanto dela – e nós também.
Criar, manter e fortalecer ambientes emocionalmente seguros para as crianças se conhecerem e gostarem de quem são é um dos passos mais importantes para melhorarmos a educação. Afinal, essa é a fonte da curiosidade para se fazer perguntas e da confiança para se aprender com os próprios erros – tão necessárias para a educação.
Você já teve alguma experiência assim em sala de aula? Compartilhe com a gente nos comentários!
Fontes:
SILVA, L. F. Autoestima e aprendizagem na educação de jovens. Brasil Escola.
SANTOS, A. A. A influência da autoestima no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Revista Gestão Universitária, 2017.